terça-feira, 21 de maio de 2013

Black Flag disponibiliza música inédita para download


Sim, eles estão de volta. O Black Flag retorna às atividades depois de 23 anos e já está com  uma canção nova disponível para download em alta resolução. É só cadastrar um email no site oficial da banda pra receber a música Down In The Dir de graça.
A nova formação tem  Ron Eyes (nos vocais), Greg Ginn (na guitarra), Gregory Moore (na bateria) e Dave Klein (no baixo). Eles planejam um disco novo que deve ser lançado ainda este ano. Tendo Down In The Dir como parâmetro é possivel afirmar, sem medo de errar, que vem um ótimo disco por aí.  



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Boa Parte de Mim Vai Embora - Vaguart

Deck Disk - 2011

Pelo nome fica claro que as letras de Boa Parte de Mim Vai Embora, segundo disco do Vanguart, falam sobre despedidas, rompimentos, finais. Como é de praxe o destaque do trabalho da banda ficar mesmo  por conta das boas composições de Hélio Flanders e seus parceiros letristas. É uma poesia de despedida quase sempre melancólica. Já o som não muda muito, eles continuam com um folk rock sempre agradável aos ouvidos mais sensíveis. O diferencial do disco aparece na participação da violinista Fernanda Kostchak. Seu violino as vezes choroso e outras alegre, acrescenta charme à canções como Amigo. É uma participação "selvagem" como definiu o próprio Flanders.
O Vanguart esta com um álbum novo praticamente pronto, que deve ser lançado em Junho. Dizem que é algo mais ensolarado e menos denso que Boa Parte de Mim Vai Embora. Vamos aguardar.   






Sobre um amigo russo

 Por Andrey Volkov


O niilista

Maio de 2013

Interrompi a leitura e pensei: o cara que escreveu isso, muito provavelmente, é o sujeito que chegou mais perto de decifrar a alma humana. Esqueçam os professores que só falam da vontade de dominar, esqueçam os comunistas, os bancos, o Estado, a Igreja, a publicidade, Che Guevara, Jesus Cristo, Elvis. São todos piedosos e cheios de certezas. Já o cara que escreveu isso, traça de forma fiel e perturbadora, a mais pura realidade do comportamento humano. Eu ultrapassava as páginas e em cada uma delas uma frase que me assombrava. Não são poucas páginas. Os Irmãos Karamázov, por exemplo, tem quase mil.
Retomei a leitura. Depois da ultima pagina falei em voz alta, o filho da puta chegou muito perto mesmo. Mas penso que a ideia dele não era decifrar coisa alguma. Deixei o livro de lado, alcancei a garrafa de vinho barato e antes do gole me perguntei, mas quem diabos ia querer uma coisa dessas? O que seria de nós sem as perguntas?  

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Toda nudez será castigada


Os protagonistas Geni e Herculano no quarto onde ela encontra seus clientes


Herculano acaba de torna-se viúvo. Por ser um homem conservador e puritano promete ao filho Serginho, de 18 anos, que jamais terá outra mulher. Até que Patrício, o irmão boêmio de Herculano, lhe apresenta a prostituta Geni. Obviamente que os dois se apaixonam e se casam. Mas já que o filme Toda nudez será castigada é adaptado do teatro de Nelson Rodrigues, temos traição, suicídio, estupro e um final surpreendente e trágico. Apesar do nome não é um filme erótico. O destaque fica por conta do drama da destruição de uma família, pela loucura do amor,  a insanidade da vingança e assim por diante.

A obra é de 1973 e foi dirigida por Arnaldo Jabor e ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, venceu o Festival de Gramado nas categorias de melhor filme e melhor atriz (Darlene Glória), e menção especial pela trilha sonora, de Astor Piazzolla, além de outros prêmios. Abaixo você tem Toda nudez será castigada na integra. Bom filme.  




quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sobre o novo dos Strokes: Comedown Machine

1)Tap Out. 2) All the Time. 3) One Way Trigger. 4) Welcome to Japan
5) 80s Comedown Machine. 6) 50/50. 7) Slow Animals
8) Partners in Crime. 9) Chances. 10) Happy Ending
11) Call It Fate, Call It Karma
Com o lançamento de Comedown Machine, em 2013, a banda deixa bem claro não quer mais ser aquele Strokes de 2001. Gostem ou não, o grupo busca novos caminhos com o disco mais recente. O fato é que isso vem acontecendo desde First Impressions of Earth (2005) e Angles (2011). Comedown Machine só confirma essa tendência. Já os dois primeiros álbuns da banda, Is This It (2001) e Room on Fire (2003), fazem parte de um passado que o grupo parece não ter saudade.
Saudosismo à parte, o que temos é um bom disco. O tecno-brega, muito presente no antecessor Angles, ficou um pouco de lado. É o que vemos nas faixas  All the Time 80s Comedown Machine  que resgatam o antigo espírito garageiro da banda, são canções que não têm na contra a guitarra. Coisa rara atualmente. Já One Way Trigger Welcome to Japan trazem o lado agradável do tecno-brega, são ótimas músicas dançantes e com direito a falsete, que muitos não gostam, mas são duas belíssimas faixas. A melancolia não fica de fora, claro. Mas é um disco que vale a pena. Os ouvidos mais atentos conseguem perceber toda a sensibilidade de Julian Fernando Casablancas exposta através de boas letras. Sem mais papo furado você pode escutar o álbum na  integra logo abaixo. Sem preconceito e saudosismo, caro leitor. Caso contrário nem comece.  



Sobre a beleza de acordar de um suicídio




A beleza ainda vai salvar o mundo*

autor desconhecido (abril de 2013)

Lá no supermercado comprei meias, cuecas e uma garrafa de uísque barato. No caminho de volta sempre a mesma história: Semáforos, motoristas a beira de um colapso nervoso, trabalhadores com o tédio estampado no rosto. O cotidiano é sufocante. Isso pode matar um homem. Já em casa preparei uma dose com duas pedras de gelo, coloquei o The Wall na vitrola e peguei algo Hunter S. Thompson na estante. Antes do primeiro trago esbarrei no copo. Lá estava a esperança em forma de liquido escorrendo pelo piso junto com duas pedras de gelo. Quase fiquei decepcionado, mas logo pensei, "a beleza não é mesmo incrível?" Ainda tenho 90% da garrafa, os discos de vinil duram mais de cem anos e ainda não queimaram os livros do Thompson. Sim, a beleza é incrível! Alias, a beleza ainda vai salvar o mundo. A beleza da literatura, a beleza da música, a beleza da embriaguez. Pelo menos tem salvado a minha vida. Já é um começo.

 Míchkin - personagem do romance O Idiota - Dostoiévski 






sexta-feira, 10 de maio de 2013

Carta de Fitzgerald para Ernest Hemingway

Ernest Hemingway e F.S. Fitzgerald


                                                                                          8 de novembro de 1940

Caro Ernest:

É um romance excelente (Por quem os sinos dobram), melhor do que qualquer outro poderia escrever. Obrigado por pensar em mim e pela sua dedicatória. Li o romance com interesse intenso, participando de uma porção dos problemas da redação à medida que apareciam, e quase sempre totalmente incapaz de descobrir como você realizou alguns dos efeitos, mas você sempre conseguiu.

O massacre estava magnífico, e também a luta na montanha e a cena real da dinamitação. Das cenas secundárias, gostei particularmente da vinheta de Karkov e da sonata de Pilar para a morte - e senti um interesse pessoal pelo material da guerrilha de Moseby por causa de meu pai. A cena em que o pai diz adeus ao filho é muito poderosa. Vou ler tudo de novo.
Nunca cheguei tampouco a lhe dizer o quanto gostei de To Have and to Have Not. Há observações e escritas no texto que os rapazes estarão imitando com vingança - parágrafos e páginas que estão à altura de nossa intensidade concentrada.
Parabéns também pelo grande sucesso do seu novo livro. Invejo-o como o diabo, e não há ironia nisso. Sempre gostei de Dostoiévski com seu amplo mais do que de qualquer outro europeu - e invejo você pelo tempo que o romance lhe dará para fazer o que você quer.
                                                                                                                                    Com afeto antigo,

P.S. Encontrei por acaso um velho artigo de John Bishop sobre como você passou quatro dias deitado sob cadáveres em Caporetto e como eu sai de Princeton por ter sido reprovado (saí numa maca em novembro - niguém é reprovado em novembro). O que comecei a dizer era que ouvi realmente alguma coisa sobre você na frente italiana por meio de um homem que estava na sua unidade -  como você se arrastou por uma distância inferna puxando um homem ferido junto com você e como os médicos se debruçaram sobre você sem saber  porque que ainda estava vivo com tantas perfurações. Não se preocupe, não contar a ninguém. Nem mesmo a Allan Campbell, que me procurou e me deu notícias suas outro dia.
P.S. (2) Soube que você está se casando com uma das pessoas mais belas que já conheci. De-lhe as minhas lembranças.

Da coletânia CRACK-UP (L&PM, 2007) que reúne fragmentos autobiográficos de Fitzgerald.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Download: Baixe o primeiro disco da banda Jello Biafra and The Guantanamo School of Medicine, ou não

O Jello Biafra é o da ponta direita. Os outros se chamam  Andrew Weiss , Ralph
Spight
Jon e Weiss Kimo Ball. Não necessariamente nessa mesma ordem.  

Como você já sabe, a banda Jello Biafra and The Guantanamo School of Medicine existe desde 2008 e o homem de frete do grupo é o antigo vocalista do Dead Kennedys. O som é bem parecido com a ex-banda de Jello, ou seja, vale a pena escutar. O segundo disco dos caras foi lançado agora em 2013. Confesso que ainda não ouvi, mas quando se trata de Jello Biafra, dá pra perder uma meia hora. Bom, baixe o  The Audacity of Hype (2009) e me diga o que acha. Ou melhor, não diga nada. 




Clique aqui para baixar.

Filme Cidade Baixa: três vértices que sofrem do mesmo mal

Capa do DVD original.

Dois amigos de infância e uma prostituta formam um triângulo amoroso. Nada demais até aqui. O problema é quando, em cada um dos vértices desse triângulo, brota o mais perigoso dos sentimentos. O amor. O amor de irmão, o amor de homem e mulher. A história acontece na Salvador (BA) contemporânea e traz os, agora hollywoodianos, Wagner Moura e Alice Braga junto com Lazaro Ramos.
Deco (Lázaro Ramos) e Naldinho (Wagner Moura) se conhecem desde sempre e fazem fretes à barco na região de Salvador conhecida como cidade baixa, além de praticarem pequenos golpes e até roubos. Numa desças idas e vindas conhecem a prostituta Karinna (Alice Braga), aí tudo muda. Mas os senhores vão ter que assistir pra descobrir. É um roteiro de final inexistente. Aliás, as histórias nunca têm um fim. Nós é que temos.
O filme é de 2005 e tem de direção Sérgio Machado e roteiro Karim Ainouz. Cidade Baixa recebeu várias indicações e prêmios em diversos festivais do Brasil e do mundo. Incluindo o Prêmio da Juventude para o diretor Sérgio Machado no Festival de Cannes.