Por Andrey Volkov |
O niilista
Maio de 2013
Interrompi a leitura e pensei: o cara que escreveu
isso, muito provavelmente, é o sujeito que chegou mais perto de decifrar a alma
humana. Esqueçam os professores que só falam da vontade de dominar, esqueçam os
comunistas, os bancos, o Estado, a Igreja, a publicidade, Che Guevara, Jesus
Cristo, Elvis. São todos piedosos e cheios de certezas. Já o cara que escreveu
isso, traça de forma fiel e perturbadora, a mais pura realidade do
comportamento humano. Eu ultrapassava as páginas e em cada uma delas uma frase
que me assombrava. Não são poucas páginas. Os Irmãos Karamázov, por
exemplo, tem quase mil.
Retomei a leitura. Depois da ultima pagina falei em
voz alta, o filho da puta chegou muito perto mesmo. Mas penso que a ideia dele
não era decifrar coisa alguma. Deixei o livro de lado, alcancei a garrafa de
vinho barato e antes do gole me perguntei, mas quem diabos ia querer uma coisa
dessas? O que seria de nós sem as perguntas?
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