1920-1994 |
Há vinte anos um jornal brasileiro estampava a seguinte manchete: "Adeus ao poeta da sarjeta". Pois bem, era o fim da linha para o escritor Charles Bukowski. Nesse dia, encontrou-se com um belo, silencioso e imenso nada.
Ele nasceu na Alemanha, mas aos três anos de idade foi para Los Angeles com os pais. Lá escreveu romances, poemas e contos. Todos de caráter extremamente autobiográfico. Garotas de programa, bêbados, poetas tentando sobreviver e brigas faziam parte de sua literatura. É uma escrita direta, sem firulas ou sentimentalismo. Mas ao mesmo tempo é possível perceber sensibilidade poética por trás dos textos. A mãe era aliena e submissa. O pai um ex-militar autoritário e violento. Batia no jovem Charles com frequência, como o próprio escritor conta no documentário Born To This e no romance Misto-quente.
Ainda jovem Bukowski chega em casa e vê seu textos e sua máquina de escrever espalhados no gramado. Ele corre e junta os papéis que estão sendo levados pelo vento. Recolhe a máquina de escrever e decide sair de casa . Eis o início da longa trajetória dele. Ele passa a morar em hotéis baratos a base de muito álcool, cigarros e amores desequilibrados. Enquanto não ganha dinheiro com a literatura, Bukowski se vira com trabalhos temporários como motorista de caminhão, operário em fabricas, faxineiro. Mais tarde o poeta ainda desconhecido trabalha 15 anos nos correios.
Publicou seu primeiro conto aos 24 anos, mas só se tornou famoso e passou a viver da literatura após os 50 anos de idade. Quase toda a vida de Bukowski está retratada em seu trabalhos. Recomendo os romances Factótum (1975), Mulheres (1978), Misto-quente (1982), Hollywood (1989) e Pulp (1994). Os livros de contos Numa Fria (1983), Crônica de um amor louco (1983). E o livro de poesias O amor é um cão dos diabos (1977).
Morreu de pneumonia no dia 9 de março de 1994, aos 73 anos, em San Pedro, Califórnia. No mesmo ano de Senna e Cobain, mas isso é história para outra postagem, essa acaba aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário