2013 |
A demora foi tanta que o terceiro álbum do grupo já estava sendo apelidado de Chinese Democracy indie. Bom, foram 21 anos de espera, então a lentidão do Axl Rose, 12 anos, é pinto.
Dizem que a mania de perfeição quase doentia do líder da banda, Kevin Shields (voz e guitarra), faliu a gravadora responsável por Loveless (1991), o segundo e mais aclamado disco dos irlandeses. Existem rumores de que Loveless tenha sido o álbum mais caro da história. E o dinheiro investido jamais foi recuperado, mesmo com a boa aceitação do disco na Europa e Estados Unidos. Nesse intervalo de 21 anos o grupo chegou a ter dois álbuns finalizados, mas acabaram sendo simplesmente descartados por Shields. Muitos acreditavam que MBV jamais seria lançado. Pois bem, eis que numa madrugada qualquer de 2013, sem alarde e para a surpresa de todos, o megalomaníaco Shields anuncia o lançamento do disco. Pra não cansar os leitores, vamos ao MBV:
Várias camadas de som, muita distorção e a voz sussurrada de Bilinda Butcher (voz e guitarra) é o que temos logo música de abertura, She Found Now. Escrevendo assim parece que estou me referindo ao Loveless ou a própria essência do shoegaze. Mas é exatamente isso. O My Bloody Valentine fez o que os fãs queriam: manteve a sonoridade que os consagrou no inicio dos anos 90. Já a faixa Who Sees You é um pouco mais barulhenta. A dupla guitarras aparece mais agressiva e é difícil acreditar que são "apenas" duas. A voz doce da Butcher volta a se destacar na excelente canção If I An. New You. Já In Another Way só faz reforçar a frase implícita que permeia todo o disco: bem-vindos à 1991.
Tentando resumir e sendo redundante, trata-se de um disco pra quem gosta de My Bloody Valentine. O bom e velho, My Bloody Valentine. São cações para a audição sensível e criteriosa dos amantes de rock alternativo, por tanto, aperte o play, pegue um café, sente no sofá e aprecie sem moderação. Nos vemos daqui a 21 anos.
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